MUITO PRAZER, EU SOU O INTESTINO GROSSO
Imagem criada para esta série
Da mesma forma, e por causa dessa função de eliminação, o intestino grosso nos ajuda a trabalhar o controle e o desapego. A necessidade de controle é o maior empecilho ao nosso crescimento. É ousado chamar algo de "O" problema, no singular, eu sei! Mas venho pensando nisso há anos, e continuo chegando a essa mesma conclusão.
Chegou a hora do INTESTINO GROSSO, que finaliza o trabalho do estômago e do intestino delgado na digestão dos alimentos, das emoções, da vida.
O intestino grosso possui aproximadamente 1,70 m e 6 cm de diâmetro. Tento deixar essa informação um pouco mais concreta, para poder imaginar melhor, e me dou conta de que essa é quase a minha altura! A nossa anatomia é tão minuciosamente construída, que cabe um tubo de 1,70 m logo depois de outro de 6 m dentro desse espaço tão pequeno que é o nosso abdômen. Acho sensacional!
Bem, você já sabe o que vem agora, né?
Vai se concentrando, traz a atenção para o seu corpo, e coloca a sua mão no seu abdômen.
O intestino grosso começa na parte inferior direita, pouco acima de onde a coxa se junta com o tronco. Desce a sua mão um pouco, até essa região. Seu intestino grosso vai subindo verticalmente pelo lado direito do abdômen, mais ou menos até a altura da cintura. Ali ele se dobra, cruza todo o abdômen horizontalmente, e desce pelo lado esquerdo. Se quiser, vai acompanhando com a sua mão.
Ele desce até a altura da pelve, onde dobra de novo para a direita, e vai indo pela parte inferior do abdômen até chegar no centro, mais ou menos na altura da bexiga. Ali ele vira de novo, mas desta vez para baixo, onde se liga ao reto até chegar no canal anal, que termina no ânus.
Olha ele aí do lado.
O intestino grosso sabe fazer uma coisa tão, mas tão importante para o nosso crescimento pessoal! Ele nos ajuda a desapegar do passado e a jogar fora os resíduos de cada dia, para começarmos os novos ciclos com a mente limpa e aberta.
O intestino grosso elimina pensamentos e emoções residuais, aqueles que sobram depois que a gente dá voltas e voltas ao redor de algum assunto. Durante a digestão, o intestinodelgado adiciona um pouco de água no material alimentar para facilitar a absorção de nutrientes. Quando esses resíduos chegam no intestino grosso, ele reabsorve essa água e libera os resíduos em forma de fezes. Isso equivale ao movimento emocional de jogar fora o que sobrou das nossas experiências, todas as emoções e os pensamentos que já foram observados, ruminados, elaborados, e não servem mais.
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Em termos fisiológicos, convenhamos, o trabalho geral do intestino grosso é meio entediante e repetitivo. Os resíduos da digestão chegam, viram fezes, e saem. Entra, sai. Entra, sai. Mas pensa aí, e me diz se você consegue se desapegar, tão facilmente como ele, das emoções e pensamentos que aparecem no seu sistema a cada hora, minuto, segundo.
Quando a consciência deste órgão está bem equilibrada, não só o intestino em si funciona direito, como também nós conseguimos deixar passar o que não nos serve mais e podemos desapegar das mágoas, arrependimentos, frustrações, expectativas, memórias e emoções que estão presos. Isso significa respeitar o fluxo da vida.
Das cinco emoções básicas, o pesar é a emoção do intestino grosso. Pesar é aquilo que sentimos quando algo termina. É uma emoção saudável e natural, aquele peso no peito, a dor da perda. Essa emoção é super importante porque é necessário viver o luto do fim de um ciclo para podermos começar outro ciclo renovados e abertos, sem levar as coisas antigas conosco. O intestino grosso usa o pesar para se desapegar das fezes (no físico) e para nos ajudar a seguir adiante (no emocional).
No entanto, um pesar persistente vira patológico, controlador. A pessoa vai vivendo a vida e guardando o passado dentro do corpo. Essa dificuldade de se desapegar pode causar constipação. E quando esse desejo de controle fica muito forte, ficamos compulsivos, acumuladores, apegados. Portanto, a forma saudável de o intestino grosso expressar a emoção de pesar é em forma de desprendimento, liberando as substâncias residuais da digestão (tanto física quanto emocional), que incluem alimentos, emoções, crenças, máscaras, energias negativas.
Estamos fazendo este tour pelos órgãos seguindo uma lógica que eu peguei emprestada da medicina chinesa, que tem uma visão incrível da psicologia dos órgãos e de todas as partes do corpo. Dentro dessa lógica, o próximo post da série vai falar sobre os pulmões, que trabalham em parceria com o intestino grosso ao lidar também com o controle, o desapego e o pesar, mas de um outro ponto de vista.
Nos vemos no próximo post! Vejo vocês por ai! ;)
Referências bibliográficas
ELSON, Kapit & ELSON, Lawrence. The Anatomy Coloring Book. Ed. Pearson, 2014
MARIN, Giles. Os cinco elementos e as seis condições. Ed. Cultrix, 2010.
VELTHEIM, John. Medicina Oriental: Anatomia e Fisiologia do Corpo Energético. PaRama LLC, 2013
VELTHEIM, John. Princípios da Consciência. PaRama LLC, 2013
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